COMO AS CRIANÇAS PENSAM O MUNDO...
As
crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que
pensam o mundo de um jeito muito próprio.
Nas interações que
estabelecem desde cedo com as pessoas que lhes são próximas e com o meio que as
circunda, as crianças revelam seu esforço para compreender o mundo em que
vivem, as relações contraditórias que presenciam e, por meio das brincadeiras,
explicitam seus anseios e desejos de acordo com as condições de vida a que
estão submetidas.
No
processo de construção do conhecimento, as crianças utilizam as mais diferentes
linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem ideias e hipóteses
originais sobre aquilo que buscam desvendar.
Nessa
perspectiva, fica claro que elas constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem
com as outras pessoas e com o meio em que vivem.
Este conhecimento não se
constitui em cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de
criação, significação e ressignificação (RCNEI, MEC, 1999).
Elas
aprendem, por exemplo, muito de matemática, sem que o adulto precise
ensiná-las.
Descobrem coisas iguais e
diferentes, organizam, classificam e criam conjuntos, estabelecem relações,
observando os tamanhos das coisas, brincando com as formas, ocupando um espaço
e, assim, vivendo acabam descobrindo a matemática.
A partir deste contexto, podemos destacar a importância da sala de aula
na construção de novos conhecimentos
Para que as
crianças construam sua própria aprendizagem, é necessário que se sintam
participantes de um ambiente que tenha sentido para elas.
“A
sala de aula deve ser vista como uma oficina de trabalho de professores e crianças,
podendo transformar-se num espaço estimulante, acolhedor, de trabalho sério,
organizado e alegre”, afirma Luciana Fiel, professora do Curso a Distância CPT Desenvolvimento da Linguagem Matemática,
em Livro+DVD e Curso Online.
Especialistas
afirmam que o meio ambiente pode agilizar ou retardar o desenvolvimento do
pensamento lógico-matemático (bem como de outros campos do conhecimento).
As crianças de culturas
mais industrializadas geralmente desenvolvem-se mais rapidamente do que as de
culturas menos industrializadas. Dentro de um mesmo País, as crianças de nível
socioeconômico médio-alto desenvolvem-se mais rapidamente do que as de baixa
renda, e as que vivem na cidade, mais rápido do que as de zonas rurais.
Enquanto vive em um meio sobre o qual pode agir, discutir, decidir,
realizar avaliar com seu grupo, a criança adquire condições e vive situações
favoráveis para a aprendizagem.
Dessa
forma, a sala de
aula deve ser marcada por um clima cooperativo e estimulante para o
desenvolvimento das crianças, bem como deve fornecer a interação entre
diferentes significados que eles apreenderão ou criarão, pelas propostas feitas
e pelos desafios que vencerem. Para isso, é importante realizar
as atividades com os grupos de trabalho, que, assim como os diferentes recursos
didáticos, tornam-se indispensáveis.
Os erros fazem parte do
processo de aprendizagem, devendo ser explorados e utilizados de maneira a
gerar novos conhecimentos, novas investigações, num processo permanente de
refinamento das ideias discutidas.
Neste
ponto, é possível concluir que o ambiente proposto deve ser positivo, onde possibilite condições de
encorajar as crianças a criar soluções, explorar possibilidades, levantar
hipóteses, justificar seu raciocínio e validar suas próprias conclusões.
Alguns
procedimentos de comunicação devem estar implícitos na organização do ambiente
de trabalho com a classe.
A
comunicação tem papel relevante na troca de experiências entre os envolvidos no
processo de trabalho da classe, e define a situação que vai dar sentido às
mensagens trocadas.
Ela
não consiste apenas na transmissão de ideias e fatos, mas, principalmente no
ato de oferecer novas formas de ver essas ideias, de pensar e relacionar as
informações recebidas de modo a construir significados, a partir da exploração,
investigação, descrição e representação de seus pensamentos e ações.
Considerando que os atos de
representar, ouvir, falar, ler e escrever são competências básicas da
comunicação, podemos concluir que a aprendizagem deve ter momentos para:
Ampliamos assim a
possibilidade de significação para uma ideia surgida no contexto da classe
quando variamos os processos e as formas de comunicação.
Quando
é usada a ideia de uma criança, ocorre uma reação nas demais, firmando uma rede
de interações e permitindo que diferentes inteligências se mobilizem durante a
discussão.
E
meio a isso tudo, destacamos o papel do professor, cujo trabalho é o de animar,
manter a rede de conversas e coordenar ações, sendo o personagem que não está
ali para resolver problemas e tomar decisões sozinho.
Ele
precisa discernir, durante as atividades, quais são as novas possibilidades que
podem abrir-se à classe, orientando e selecionando aquelas que favoreçam a
aproximação das crianças dos objetivos traçados e da busca por novos
conhecimentos.
Texto
adaptado a partir de material produzido por Silvana Teixeira e publicado
originalmente no portal de cursos do CPT (Centro de Produções Técnicas) - www.cpt.com.br.
Relacionado
a este assunto, apresentamos o curso a Distância do CPT “Desenvolvimento da Linguagem
Matemática”, em Livro+DVD e Curso Online.
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